Como foi o ano dos autores independentes?

No último post, mostrei alguns dados delineando uma crise no mercado editorial tradicional. Comentei também que isso não é só um retrato da crise econômica em si, mas também de um ponto de mudança no modelo literário como um todo em que os independentes vão ganhando cada vez mais espaço.

Vamos aos números que temos, portanto. 

Antes de mais nada, uma observação: diferente dos EUA e Europa, as empresas brasileiras tem um péssimo hábito de esconder os seus números. Não sabemos ao certo para onde o nosso mercado caminha uma vez que a imensa maior parte de seus membros faz de tudo para deixar as suas próprias previsões trancadas a sete chaves – como se isso os protegesse, de alguma forma, de algum inimigo invisível comum. 

Nesse caso, como fizemos para juntar dados? 

Consideramos o mercado de autopublicação gratuita, feito a partir de sites na Web como o próprio Clube. 

Contamos os livros a venda em cada um desses sites como forma de estipular alguma métrica de publicação. Afinal, se todos os livros publicados estão à venda, então basta ir ao site e contá-los para saber a participação de cada uma das empresas. 

Na prática, isso deu ao Clube de Autores e seus parceiros (AGBook, Clubinho de Autores, Nossos Autores etc.) um total de 83% do mercado. Fizemos esta mesma contagem no ano passado, em novembro, o que nos permite também estipular uma métrica de crescimento. Veja no gráfico abaixo: 

  
No período de 12 meses, o número de títulos autopublicados cresceu quase 40% – um número surpreendente sob qualquer ótica. O volume de títulos autopublicados também cresceu fortemente: 29% no mesmo período. 

Outro dado surpreendeu: o preço médio dos livros cresceu, indo de R$ 31,05 para R$ 32,99 (ainda assim, quase R$ 2 abaixo da média de mercado). E isso surpreende principalmente por dois motivos: 

  1. Os custos do Clube se mantiveram no mesmo patamar em todo o período
  2. Houve um aumento de participação de ebooks, saltando de 8,09% em 2014 para 19,02% em 2015. 

Considerando que ebooks são, em média, substancialmente mais baratos que impressos – e que mais qiue dobraram sua participação em um período de custos essencialmente congelados – nossa previsão inicial era de que o preço médio caísse. Mas o que contrariou isso? Os direitos autorais, que realmente deram um salto. 

Mais autores estão ganhando mais, um movimento que começa a dar mais peso a todo o conceito de autopublicação. 

Ainda há um longo caminho pela frente: nosso mercado ainda é minúsculo perto do que queremos. Mas não se pode duvidar que a relevância dos autores independentes está crescendo a olhos vistos.

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Ricardo Almeida

Sou fundador e CEO do Clube de Autores, maior plataforma de autopublicação do Brasil e que hoje responde por 27% de todos os livros anualmente publicados no país. Premiado como empreendedor mais inovador do mundo no segmento de publishing pela London Book Fair de 2014, sou também escritor, triatleta e, acima de tudo, pai de família :)

9 comentários em “Como foi o ano dos autores independentes?

  1. Realmente o Clube de Autores é uma boa Opção para quem se encontra em baixo poder aquisitivo mas que sente uma ardente paixão em tornar-se um Grande Escritor.

  2. Realmente o Clube de Autores é uma boa Opção para quem se encontra em baixo poder aquisitivo mas que sente uma ardente paixão em torná-se um Escritor

  3. O Clube é muito bom! A questão é a gente pegar firme e ir fazendo pequenas tiragens e pequenos lançamentos, principalmente pra quem tem vários tipos de público como eu rsrs ( auto ajuda, empresa, adolescente, infantil…) até, finalmente ter condições de fazer um mega evento! :)

  4. Desde 2008 tenho publicado, por esta casa, meu romance Os grapiúnas. para surpresa minha não aparece um exemplar sequer vendido! será possível desde 2008 não haver ao menos um exemplar vendido?
    estou bastante desestimulado. Peço esclarecimentos.
    atenciosamente:

    Olympio Ramos (autor)

    1. Oi Olympio! Possível, com certeza é. Todo livro funciona como uma empresa: se não houver trabalho sendo feito para ela, incluindo marketing, presença do autor etc., ela não vende.

      Costumo dizer que o mercado editorial é o mais concorrido do mundo. Isso significa que devemos nos desestimular? Ao contrário: significa que devemos justamente repensar a maneira de trabalhar o livro, de divulgá-lo.

  5. FOI UM ANO MUITO CRIATIVO PRA MIM! __O CLUBE DOS AUTORES ME PROPORCIONOU GRANDES ALEGRIAS.
    POR EU PODER PUBLICAR MINHAS OBRAS, COM ESCOLHA DE CAPA, FOTOS, E TER COMPLETA REALIZAÇÃO, DE UM SONHO, QUE DESDE MENINA, TENHO. __DE SER UMA GRANDE ESCRITORA, E SER RECONHECIDA, NO BRASIL E NO EXTERIOR. __O CLUBE DOS AUTORES ABRIU MUITAS PORTAS A PESSOAS, QUE TEM POUCO PODER AQUISITIVO, PARA REALIZAR SEU INTUITO, DE ESCRITORA. OBRIGADA A ESTA EQUIPE, SOU ETERNAMENTE GRATA!

  6. Muito bom, abriu portas para muitos autores que não podiam publicar suas obras, pois ainda os custos em outras editoras está muito alto, aqui no Clube de autores temos a chance de publicar e de ainda ser possível vender nossas obras com preços que cabem no bolso de nossos leitores, pois existem maneiras como: impressão e por meios digitais, fico feliz desse crescimento de vocês, parabéns pelas portas abertas. Agora eu neste momento tenho 18 obras publicadas no na Plataforma do Clube de Autores e com vários formatos, com preços bem baixinhos, então eu só tenho a agradecer e ficar feliz com as oportunidades, quero me tornar uma best-seller logo, Obrigada!

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