Todos nós, autores, estamos seguindo uma trilha que nos foi aberta em 1439 por Gutenberg, quando este inventou a imprensa. De lá para cá, a humanidade produziu verdadeiras obras de arte e imortalizou a alma de poetas e de tempos em páginas.
No Brasil, a popularização da literatura – se é que se pode falar assim – veio séculos depois. Apenas em 1747 é que o primeiro livro pôde ser impresso no país, sendo este imediatamente seguido por milhares de outros que testemunharam a vida brasileira, os ares coloniais, o império, república, ditaduras, aberturas, amores, dores e todo tipo de sentimento que sempre fez com que penas, canetas ou teclas se unissem às mãos dos escritores como um único elemento.
Quem mora ou está visitando São Paulo tem a oportunidade única de testemunhar parte importante dessa nossa história literária: até o dia 2 de maio, a Pinacoteca do Estado abriga a coleção Brasiliana, do Itaú.
Lá será possível ver preciosidades inimagináveis como o primeiro livro impresso no Brasil, outro com uma dedicatória de Machado de Assis para José de Alencar e primeiras edições e manuscritos de Monteiro Lobato, Drummond, Oswald de Andrade, Clarice Lispector e tantos mestres que desenharam os contornos da nossa cultura.
Para quem é escritor, visitar a exposição é prestar uma homenagem aos antepassados – e uma honra que certamente será inesquecível.
Assim sendo, programa-se e, se necessário, arrume as malas. As primeiras letras do Brasil te aguardam na Pinacoteca.
Pinacoteca do Estado – pça. da Luz, 2, Bom Retiro, região
central, São Paulo, SP. Tel.: 0/xx/11/3324-1000. Ter. a dom.: 10h às
17h30 (c/ permanência até as 18h). Abertura 6/3. Até 02/05. Ingr.: R$ 6
(sáb.: grátis). Estac. grátis. Classificação etária: livre.
Se Deus quiser, o meu livro será o próximo a integrar este tipo de exposição. "O fruto da infertilidade", como o romance que chamou a atenção do Brasil e do mundo.