A essência – e a beleza – da autopublicação é justamente a pluralidade de histórias (e ideias) que ela lança ao mundo.
Veja isso em dados: de acordo com a CBL e a SNEL, 48.880 livros foram editados em todo o ano de 2017. É muito? Para uma população de mais de 200 milhões, é nada. Pior: destes, apenas 16,1 mil corresponderam a lançamentos, a novos livros. Pior ainda: este volume total é 5,67% menor que no ano anterior.
Quer outro dado?
De acordo com a pesquisa Retratos da Leitura, realizada de tempos em tempos pelo Ibope Inteligência em parceria com o Instituto Pro-Livro, o número de livros lidos inteiros pelo brasileiro aumentou de 2,01 (em 2001) para 2,43 (em 2016, último ano que o levantamento foi feito).
Cruze isso, agora, com um outro dado: em 2017, o mercado editorial como um todo registrou uma queda real de faturamento da ordem de 4,76%.
Recapitulando:
- O número de títulos lançados no Brasil foi de pouco menos de 48 mil, número que vem caindo ano após ano.
- O mercado editorial está acumulando prejuízo atrás de prejuízo, o que inclui uma queda de quase 5% no último ano.
- O brasileiro está lendo 20% a mais do que lia no passado.
Há lógica nisso tudo?
Se você olhar para nós, aqui nas trincheiras da autopublicação, há.
Apenas aqui, no Clube de Autores, um total de 8.920 livros foram lançados até outubro de 2018 – um crescimento de 29% em relação ao mesmo período de 2017. Perceba que esses 8,9 mil livros correspondem, na prática, a incríveis 18% de tudo o que foi lançado no mercado brasileiro. 18%.
Sabe o que isso significa? Que o mercado está mudando – e que nós, Clube e autores independentes, estamos formando essa mudança.
O brasileiro está lendo mais? Sim. E é, em parte, aqui, entre os autores independentes, que ele está encontrando livros que diferem da mesmice que tem pautado o mercado editorial tradicional.
Nada contra a mesmice, entenda-me. Obras primas de V.S. Naipaul, Guimarães Rosa e Mia Couto devem continuar atraindo mentes e olhares para todo o sempre pelas maravilhas que apresentam em cada par de linhas e entrelinhas. Mas não há mercado que evolua sem o novo e não há sociedade que não se renove sem que essa renovação seja simultaneamente gerada e puxada pela arte.
E a literatura, que nós, pelo menos – apesar da natural parcialidade -, consideramos a mais bela e densa de todas as artes, está sendo feita aqui.
Como é daqui que, aos poucos, a mudança de hábito da massa de leitores está acontecendo.
No começo, os livros publicados aqui no Clube encontravam leitores apenas nos círculos imediatos em torno dos autores: éramos um nicho pequeno, com relevância mercadológica essencialmente questionável.
Hoje, isso mudou. Impulsionados pelo Google, pelas redes sociais e pelo boca-a-boca, passamos a ser comprados nos mais diversos lugares e nas mais importantes livrarias.
Passamos – todos nós, autores do Clube – a resignificar a literatura brasileira, a abrir o caminho para o futuro. E, enquanto o passado fica preso em si mesmo (como passados costumam ficar), estagnado em seus números, nós estamos, hoje, indiscutivelmente assumindo para nós esse mercado cansado de viver reclamando de si mesmo e de esperar que bons ventos apareçam como que a passe de mágica.
Nunca escritores tiveram tanta oportunidade de publicar seus livros para o mundo. E nunca o mundo teve tanta oportunidade de mergulhar em tantas histórias incríveis, fora da caixa, desprovidos dos tradicionalismos perigosos do antigo.
Tempos incríveis, esses que vivemos. Tempos maravilhosos.
Domine-mo os. Continuemos compartilhando com o mundo as nossas histórias e, assim, formando o futuro que queremos com base nas nossas próprias mentes e mãos.
Se você já faz parte do Clube de Autores, parabéns: de letra em letra lida por leitor a leitor, você está mudando o mercado editorial brasileiro.
Se você ainda não faz parte do Clube de Autores, aproveite: publique seu livro aqui e faça parte desse movimento.