Nesses últimos dias, o Brasil teve uma das notícias mais tristes de muito tempo sob a ótica da literatura: o fechamento da Cosac Naify.
Não era uma editora comum: seu acervo incluía livros de Tchekhov, Beckett e Boal, para ficar apenas em poucos exemplos, além de ensaios absolutamente densos sobre algumas das grandes questões da humanidade.
Seus livros, por sua vez, eram esculturas de papel: verdadeiras obras de arte trabalhadas para complementar a inquestionável beleza da sabedoria que armazenavam.
O fechamento da Cosac Naify não significa não exista mais espaço para livros de arte, se me permitem a generalização. Mas reforça apenas que o modelo editorial mais tradicional, baseado em uma cadeia perversa de relacionamentos entre livrarias, editoras e autores, já não cabe mais.
Para todos nós, protagonistas de uma nova era da literatura, é um acontecimento importantíssimo que precisamos entender. É algo que diz muito sobre o nosso futuro, inclusive portando mais boas do que más notícias para quem, como todos nós, está abrindo novas possibilidades dentro de um velho mercado.
Ainda assim, claro, é difícil não derramar algumas lágrimas.
Veja a matéria abaixo sobre o fato.