Tenho para mim que a arte é filha direta da repressão com a censura. O Renascimento, por exemplo, só existiu depois que a peste bubônica devastou meia Europa e convenceu o mundo de que viver em uma submissão literal aos mandamentos cristãos não estaria, enfim, agradando tanto a Deus. Ainda assim, mesmo nessa época mais […]

Confesso que nunca li Ferreira Gullar
Confesso que nunca li nada de Ferreira Gullar. Já cruzei com ele em uma esquina aqui por São Paulo, já tropecei em alguns de seus livros em prateleiras desleixadas de livrarias, já ouvi seu nome perambular por rodas de conversa. Sim, fiquei curioso, quase instigado… mas acabei nunca comprando nada dele. E confesso também que […]

Sejamos otimistas quanto ao mercado editorial brasileiro
Nós, aqui no Clube, nos acostumamos a ser uma espécie de “voz discordante” de muito do que o mercado editorial fala sobre si mesmo. Ainda bem, aliás: nosso mercado costuma ser feito por mentes velhas com uma resistência quase ideológica a qualquer forma de inovação. O resultado: um abismo entre a forma que o mercado […]
Conhecendo os micromomentos dos leitores
Na quarta passada fiz um post inteiramente pautado em zeitgeists e no excesso de inspirações que o nosso complicado mundo nos entrega diariamente. O Google tem uma interpretação “complementar” a isso: segundo eles, todas as decisões de consumo são, hoje, cozinhadas por “fatos precedentes” e tomadas em “impulsos imediatos”. Isso apenas sublinha (ou complementa) a importância de […]

Shakespeare, a linguagem e o enredo
No final do século XVI, Shakespeare era encenado em um teatro iluminado pelo sol e totalmente desprovido de qualquer noção mínima de higiene. Os espectadores, quase todos analfabetos, se enfileiravam por bancos desconfortáveis. Quando sentiam vontade de ir ao banheiro, urinavam e defecavam ali mesmo, sem sequer se levantar, o que dava ao ar um […]