Livrarias devem perder para autores?

Virou moda dizer por aí que as redes sociais afastaram as pessoas, que todos conversam mais com os celulares que com os amigos etc. e tal. Nunca concordei com isso.

Primeiro, porque ninguém “conversa com o celular”: conversa-se “através” do celular com um, dois, três, n amigos. E, segundo, porque foram justamente as redes que possibilitaram que nosso círculo de amigos, íntimos ou não, aumentasse exponencialmente. Na pior das hipóteses, isso dá a todos a inédita oportunidade de escolher com quem queremos aprofundar mais os nossos laços.

Mas não é exatamente esse o assunto do post. As redes trouxeram um outro fenômeno que, só agora, depois que lancei meu novo livro, me toquei: a aproximação impressionante de autores e leitores.

Me explico melhor. Até pouco tempo, um leitor interessado em um livro tinha a opção mais óbvia na mão: comprá-lo em uma livraria (fosse física ou online). Livros, afinal, se vendem em livrarias… certo?

Não necessariamente.

Para quê comprar em uma loja qualquer algo que você pode comprar diretamente do produtor (no caso, o autor), com quem você pode iniciar um relacionamento a qualquer momento via Facebook ou Instagram?

Para o leitor, não é uma experiência melhor falar diretamente com o escritor e conseguir dele o livro desejado com direito a autógrafo e tudo?

Sim, é.

E esse tem se transformado em um comportamento comercial cada vez mais nítido, como eu mesmo pude testemunhar nos últimos meses.

Comprovei isso com outros autores também e todos dizem a mesma coisa: seus livros até podem estar nas maiores livrarias do país, mas isso não impede levas semanais ou mesmo diárias de interessados aparecendo em seus Instagrams para pedir cópias autografadas.

Ainda não temos o ferramental perfeito para garantir praticidade para os autores, que tendem a se transformar em lojas online de suas próprias criações… mas chegaremos lá rapidamente.

O que isso quer dizer? Que livrarias, grandes ou pequenas, terão um concorrente muito mais forte agora: os próprios produtores dos livros que elas vendem.

Há uma nova revolução chegando no universo literário.

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Ricardo Almeida

Sou fundador e CEO do Clube de Autores, maior plataforma de autopublicação do Brasil e que hoje responde por 27% de todos os livros anualmente publicados no país. Premiado como empreendedor mais inovador do mundo no segmento de publishing pela London Book Fair de 2014, sou também escritor, triatleta e, acima de tudo, pai de família :)

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