Dia desses me deparei com uma frase dita não por um escritor, mas por um atleta.
A frase, no entanto, deveria servir de guia mestre para todo e qualquer escritor que se dê ao respeito uma vez que escrever é, na falta de uma definição melhor, descobrir e registrar os próprios limites da vida. E, se não vivermos com a coragem que os perigos que sempre nos cercam exigem, se não nos lançarmos nas oportunidades que se abrem perante nós ignorando os riscos que teimam em ser grifados pelos nossos medos, como viver e criar histórias que oponham o tédio enfadonho do cotidiano tradicional?
Não há como.
Só se escreve quando se sabe viver – o que me leva à tal frase que comentei:
“A vida não existe para ser preservada, protegida: ela existe apenas para ser explorada, para ser vivida até o limite.”
Kilian Jornet, ultramaratonista e montanhista, dono do melhor tempo de escalada do everest sem oxigênio ou cordas – 17 horas – batido apenas cinco dias depois do recorde anterior, de 26 horas, ter sido estabelecido. Por ele mesmo.