Anos de fertilidade criativa

Estamos, agora oficialmente, no final do ano.

Não tivemos um 2017 exatamente fácil: a política brasileira parece perseguir a mesma estabilidade que o Zimbabwe, a sociedade seguiu se dividindo mais ainda, não temos sequer ideia de quem conseguirá disputar as eleições no ano que vem.

Mas há dois lados bons nisso tudo.

O primeiro é que, a julgar pelos últimos dados econômicos e pelo mercado como um todo, estamos milagrosamente nos recuperando da recessão em que estávamos. Empregos parecem voltar, ainda que aos poucos, PIB deve crescer mais que o previsto e humores gerais estão mais… digamos… sorridentes. Só mesmo aqui em nosso país é que a vida real consegue se descolar tanto do cataclísmico clima político.

O outro lado bom? Acredito que nossas vidas são feitas das histórias que vivemos. Quanto mais experiências tivermos, quanto mais testemunharmos e protagonizarmos no mundo à nossa volta, mais vida teremos acumulado. Consequentemente, mais histórias teremos para escrever, para contar, para compartilhar.

Sob esse aspecto, intensidades como as que vivemos esse ano, tão cheio de altos e baixos e tão pouco tedioso, só servem para celebrarmos o fato de estarmos vivos.

E para registrarmos isso – preferencialmente em livros.

Talvez não tenhamos essa noção tão exata ainda, mas esse período entre 2014 e 2017 talvez tenha sido o mais fértil para toda a criatividade brasileira.

Saberemos mais nos próximos anos, quando começarmos a colher os frutos das tantas histórias que somente agora estamos conseguindo acabar.

Ricardo Almeida

Sou fundador e CEO do Clube de Autores, maior plataforma de autopublicação do Brasil e que hoje responde por 27% de todos os livros anualmente publicados no país. Premiado como empreendedor mais inovador do mundo no segmento de publishing pela London Book Fair de 2014, sou também escritor, triatleta e, acima de tudo, pai de família :)

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