Entendamos o que aconteceu com a Cosac Naify

Nesses últimos dias, o Brasil teve uma das notícias mais tristes de muito tempo sob a ótica da literatura: o fechamento da Cosac Naify.

Não era uma editora comum: seu acervo incluía livros de Tchekhov, Beckett e Boal, para ficar apenas em poucos exemplos, além de ensaios absolutamente densos sobre algumas das grandes questões da humanidade.

Seus livros, por sua vez, eram esculturas de papel: verdadeiras obras de arte trabalhadas para complementar a inquestionável beleza da sabedoria que armazenavam.

O fechamento da Cosac Naify não significa não exista mais espaço para livros de arte, se me permitem a generalização. Mas reforça apenas que o modelo editorial mais tradicional, baseado em uma cadeia perversa de relacionamentos entre livrarias, editoras e autores, já não cabe mais.

Para todos nós, protagonistas de uma nova era da literatura, é um acontecimento importantíssimo que precisamos entender. É algo que diz muito sobre o nosso futuro, inclusive portando mais boas do que más notícias para quem, como todos nós, está abrindo novas possibilidades dentro de um velho mercado.

Ainda assim, claro, é difícil não derramar algumas lágrimas.

Veja a matéria abaixo sobre o fato.

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Ricardo Almeida

Sou fundador e CEO do Clube de Autores, maior plataforma de autopublicação do Brasil e que hoje responde por 27% de todos os livros anualmente publicados no país. Premiado como empreendedor mais inovador do mundo no segmento de publishing pela London Book Fair de 2014, sou também escritor, triatleta e, acima de tudo, pai de família :)

6 comentários em “Entendamos o que aconteceu com a Cosac Naify

  1. Bem, eu vou ser “pragmático”: Aqui se faz, aqui se paga! Por anos, estas editoras tradicionais, um verdadeiro cartel editorial, tem desprezado os autores brasileiros. Deram preferencia para os bestsellers internacionais e desprezaram os nacionais, com exceção de um ou outro, e como disse uma das entrevistadas da Globo News, a Cosac Naify não tinha o direito de fazer isso com os autores contratados que aguardavam ser publicados. Estas editoras vão ser engolidas pelo novo mercado editorial sob demanda e ai, como muitas já tem feito, para se manterem abertas, se voltarão para os autores brasileiros que desprezaram oferecendo parcerias não vantajosas para publicá-los.

    Nós temos escritores maravilhosos neste pais e quase todos, a grande maioria, rejeitados por estas grandes editoras. Vaya con Dios Cosac Naify! Lehitraot! Čuvaj se!

  2. O futuro das editoras pertence a impressão sob demanda e ao mundo digital. Temo pelo futuro dessas grandes casas editoriais brasileiras que ainda teimam num modelo que começa a mostrar falido.

    1. Oi João! Quem escreveu fui eu, Ricardo Almeida, Presidente do Clube de Autores. Sou eu que assino os posts do blog. Mas vc está certo – sempre acabo “esquecendo” de assinar :-/

  3. Assisti a está reportagem na Globo News, infelizmente como diz Nayfy a cultura não é valorizada, nem pelo Estado, nem pela Industria/Comercio e consequentemente pela sociedade. Mesmo tendo estas dificuldades, estou tentando fazer chegar a mão da sociedade a obra escrita por mim, “Diário de um agente de segurança penitenciária”, quero mostrar a realidade deste sistema, quero mostrar como é guardar tudo aquilo que a sociedade julgou como impróprios ao convívio social. Encontrei uma editora que trabalha de forma diferente, mas estou na luta e o Facebook é uma das minhas armas https://www.facebook.com/groups/diariodeumagentedesegurancapenitenciaria/

    1. acredito que um dia as pessoas acordarás verdadeiramente e muito ansiosas em busca da literatura, e sendo assim terão de volta os sentimentos sensibilidade e moção e o amor pelo conhecimento da vida . e sem duvida se encontraras para um eterno abraço Humano . 19/12/2015 são paulo, sp. parabéns ao clube de autores .

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