E-Books se fortalecendo no Brasil

Desde 2005, quando a Sony lançou o seu leitor de e-books, o mercado editorial passou a dedicar especial atenção ao assunto. As discussões ganharam ainda mais coro quando a Amazon lançou, em 2007,
o Kindle – aparelho que nascia com o apoio da maior varejista do setor.

Alguns chegaram a alardear previsões fatalistas – como o fim do livro tal qual o conhecemos – e outros se tornaram críticos ferrenhos da tecnologia.

De uma forma ou de outra, o fato é que o livro eletrônico avança (mesmo que de forma não tão ágil quanto os mais futuristas esperavam).

Com livros eletrônicos, vem a maior transparência na relação com o autor e uma maior democratização. Seria um efeito semelhante ao que os tocadores de MP3 tiveram junto às gravadoras – muitas das quais, até hoje, não descobriram como lidar com um mercado que elas não mais dominam.

A Revista Época da semana passada fez uma matéria sobre o assunto, ressaltando o lançamento do BR-100-TX, leitor de e-books brasileiro e produzido pela Braview. Será a primeira vez que uma empresa brasileira lança um aparelho como esses, com capacidade para armazenar até 500 livros e custando R$ 400,00.

É provável, claro, que o espaço para livros eletrônicos continue crescendo – principalmente no segmento didático, em que alunos de escolas de todo o país penam para carregar quilos e mais quilos de livros essenciais à sua formação.

Mas é improvável que a tecnologia substitua o livro tradicional como um todo, por motivos que variam desde a praticidade do mesmo (afinal, é inegavelmente mais simples levar um livro do que um computador para uma viagem de fim-de-semana na praia) até a segurança (é mais difícil imaginar um assaltante de olho em um livro do que em um leitor de e-books), passando ainda pelo próprio prazer de se folhear uma obra literária.

Como tudo que aconteceu desde que a Internet revolucionou a comunicação moderna, os leitores de e-books fortalecerão um mercado já existente e inserirão mais uma opção de leitura para o usuário. Ganham, claro, todos: o leitor e o autor, assim como as lojas que revendem as obras nos diversos formatos.

Estamos, aqui no Clube, atentos a cada mudança que acontece nesse mercado. Devemos, em breve, permitir que os autores escolham entre disponibilizar ou não, a preços mais baixos, versões eletrônicas das suas obras aqui no Clube. Mas esse lançamento deve vir acompanhado de toda a segurança e tecnologia necessárias para que os livros não simplesmente caiam na rede em forma de pirataria e acabem não gerando as merecidas receitas para os seus autores.

Em outras palavras, ficar atentos e alinhados às mudanças de mercado é uma obrigação de todos que participam do ciclo editorial – mas sem incorrer no erro da precipitação desnecessária.

Ricardo Almeida

Sou fundador e CEO do Clube de Autores, maior plataforma de autopublicação do Brasil e que hoje responde por 27% de todos os livros anualmente publicados no país. Premiado como empreendedor mais inovador do mundo no segmento de publishing pela London Book Fair de 2014, sou também escritor, triatleta e, acima de tudo, pai de família :)

Um comentário em “E-Books se fortalecendo no Brasil

  1. Nunca tive em mãos um leitor de e-books para saber o quão confortável se torna a leitura nele, mas sei que ler e-books no computador é uma experiência que passa extremamente longe da proporcionada pelos livros.

    De modo que, enquanto esses aparelhos não se tornarem populares, e-books serão para quem quer mesmo economizar ou dar outro fim ao material. Não saberia dizer qual o tamanho desse mercado hoje em dia.

Deixe uma resposta para Ely Silva Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *